Para ser doador de medula óssea é preciso ter entre 18 e 55 anos, não ter tido câncer e hepatite B, além de não ser portador de HIV/Aids
Por Heilysmar Lima

Ser doador de medula óssea é um gesto que pode salvar vidas de crianças e adultos. O processo é simples e o portalnoar.com explica o passo a passo para se cadastrar no banco nacional de dados.
Para ser doador de medula óssea é
preciso ter entre 18 e 55 anos, não ter tido câncer e hepatite B, além
de não ser portador de HIV/Aids. Assim, o processo é menos exigente do
que o para a doação de sangue, que possui uma série de fatores que vetam
alguns doadores.
Ao se deslocar ao Hemocentro e Hemovida,
o candidato preenche um cadastro, com os dados atualizados. Em seguida,
são coletados cinco mililitros de sangue. Essa amostra de sangue passa
pelo exame de histocompatibilidade (HLA). Enfim, o sangue é levado ao
Instituto Nacional do Câncer (Inca), onde é encaminhado para o Registro
Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome), um banco universal de
dados. Em até 90 dias, essa pessoa que se cadastrou recebe uma
carteirinha de doador.
Além do Redome, existe o Registro
Nacional de Receptores de Medula Óssea (Rereme), que é o banco de dados
dos receptores. Para acontecer o transplante, os dados do Redome e
Rereme são cruzados. Caso haja uma compatibilidade, doador e receptor
serão comunicados. Em seguida, o receptor passará pelo processo para
confirmar se poderá doar.
Com a aprovação dos exames, é feita a
retirada de, apenas, 15% da medula óssea do osso da bacia é retirado
através de punção, em um procedimento que dura entre 40 e 60 minutos.
Então, o receptor recebe a medula por meio de transfusão. Na sequência, é
preciso aguardar para a medula “pegar”.
No aguardo
Uma das pessoas que aguardam a
transfusão é o cabo da Polícia Militar, Daniel Frazão. Portador de
Leucemia Mieloide Aguda (LMA), o policial espera pelo transplante desde
2014. Além disso, contou ao portalnoar.com que está internado há quase um mês devido a uma recaída.
“Estou internado há 20 dias. Recebi
quimioterapia e agora estou recebendo tratamento para a medula voltar a
funcionar o mais normal possível. Espero receber alta para voltar a
minha rotina normal”, revelou.
Na espera pela compatibilidade, Daniel,
que cursa mestrado em Educação Física na Universidade Federal do Rio
Grande do Norte (UFRN), contou sobre sua rotina quando está fora do
hospital.
“Estou afastado da PM há algum tempo
devido ao tratamento, porque mesmo fora do hospital, eu recebo injeção
semanalmente, aguardando uma medula compatível. Eu consigo dar
continuidade aos meus estudos, no mestrado de Educação Física. Até
porque não posso cometer exageros e ter uma vida desregrada”, explanou.
Apoio
Rosali Batista é presidente-fundadora da
Humanização e Apoio ao Transplantado de Medula Óssea do Rio Grande do
Norte (Hatmo-RN), instituição que, segundo o nome, apoia e humaniza o
processo da pessoa que precisa do transplante de medula óssea.
Atualmente, a Hatmo atende cerca de 280
pessoas, entre adultos e crianças. De acordo com Rosali, o trabalho foi
iniciado devido às poucas informações sobre a doação e pelas
dificuldades de se chegar ao transplante. A presidente da instituição
ainda acrescentou que as pessoas necessitam de apoio para não morrerem
antes de o transplante acontecer.
“Eu era voluntária no hospital e uma
pessoa pediu para eu doar, mas não entendia como funcionava o cadastro.
Então, eu passei a divulgar. Na época, eu achava que podia ser só na
família que podia doar. Vimos também como é difícil chegar ao
transplante. É preciso tomar muito suplemento para conseguir chegar a
ser transplantado, porque passa por muitas quimioterapias enquanto
espera e se não tiver um suporte, a pessoa morre antes. Então, resolvi
ajudar”, comentou.
Desistência
Rosali Batista alerta para o fato de as
pessoas desistirem da doação após serem identificadas como doadoras.
Para Rosali, o ideal é que os doadores só se cadastrem se tiverem a
intenção de doarem para qualquer receptor.
“Não desistir de doar. Algumas pessoas
querem doar somente para quem conhece, para amigos, aí quando essas
pessoas se curam, esse doador acaba desistindo. Nós precisamos de
pessoas que se cadastrem para doar para quem precisar, quem seja
compatível”, alertou Batista.
Eterno JP

Justamente pela falta de transplante o portalnoar.com teve
uma perda inestimável há exatamente um ano. Lutando contra uma
leucemia, o repórter João Paulo de Sousa não resistiu a duas paradas
cardíacas sofridas no dia 14 de dezembro de 2014 e faleceu.
Aos 30 anos, JP – como era conhecido – deixou uma esposa e uma filha pequena. Antes de ser contratado pelo portalnoar.com,
ele trabalhou como assessor de imprensa, na Delegacia Geral de Polícia
(Degepol), e como repórter nos extintos Diário de Natal e DNonline. Além
de ser respeitado pelos colegas de profissão e fontes.
“JP se destacava por ser comprometido
com o trabalho, começava a trabalhar antes mesmo do início do
expediente. Era repórter 24 horas por dia. Ele não reclamava da vida,
tinha muita fé em Deus. Aos meus olhos, era uma pessoa que tinha muita
luz, sorridente, mesmo com a doença. Eu acreditava muito que ele fosse
se recuperar”, contou Ilana Albuquerque, editora executiva do portalnoar.com.
“Na época, os amigos jornalistas fizeram
uma campanha para arrecadar dinheiro para comprar um cateter, que ele
precisava. No entanto, infelizmente, não deu tempo. O dinheiro acabou
sendo usado para custear o velório”, acrescentou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário