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segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Saiba como se tornar um doador de medula óssea e salvar vidas


Para ser doador de medula óssea é preciso ter entre 18 e 55 anos, não ter tido câncer e hepatite B, além de não ser portador de HIV/Aids


Por Heilysmar Lima
Daniel Frazão é cabo da PM e aguarda um doador (Foto: Cedida)
Daniel Frazão é cabo da PM e aguarda um doador (Foto: Cedida)
Ser doador de medula óssea é um gesto que pode salvar vidas de crianças e adultos. O processo é simples e o portalnoar.com explica o passo a passo para se cadastrar no banco nacional de dados.
Para ser doador de medula óssea é preciso ter entre 18 e 55 anos, não ter tido câncer e hepatite B, além de não ser portador de HIV/Aids. Assim, o processo é menos exigente do que o para a doação de sangue, que possui uma série de fatores que vetam alguns doadores.
Ao se deslocar ao Hemocentro e Hemovida, o candidato preenche um cadastro, com os dados atualizados. Em seguida, são coletados cinco mililitros de sangue. Essa amostra de sangue passa pelo exame de histocompatibilidade (HLA). Enfim, o sangue é levado ao Instituto Nacional do Câncer (Inca), onde é encaminhado para o Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome), um banco universal de dados. Em até 90 dias, essa pessoa que se cadastrou recebe uma carteirinha de doador.

Além do Redome, existe o Registro Nacional de Receptores de Medula Óssea (Rereme), que é o banco de dados dos receptores. Para acontecer o transplante, os dados do Redome e Rereme são cruzados. Caso haja uma compatibilidade, doador e receptor serão comunicados. Em seguida, o receptor passará pelo processo para confirmar se poderá doar.
Com a aprovação dos exames, é feita a retirada de, apenas, 15% da medula óssea do osso da bacia é retirado através de punção, em um procedimento que dura entre 40 e 60 minutos. Então, o receptor recebe a medula por meio de transfusão. Na sequência, é preciso aguardar para a medula “pegar”.

No aguardo
Uma das pessoas que aguardam a transfusão é o cabo da Polícia Militar, Daniel Frazão. Portador de Leucemia Mieloide Aguda (LMA), o policial espera pelo transplante desde 2014. Além disso, contou ao portalnoar.com que está internado há quase um mês devido a uma recaída.
“Estou internado há 20 dias. Recebi quimioterapia e agora estou recebendo tratamento para a medula voltar a funcionar o mais normal possível. Espero receber alta para voltar a minha rotina normal”, revelou.
Na espera pela compatibilidade, Daniel, que cursa mestrado em Educação Física na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), contou sobre sua rotina quando está fora do hospital.
“Estou afastado da PM há algum tempo devido ao tratamento, porque mesmo fora do hospital, eu recebo injeção semanalmente, aguardando uma medula compatível. Eu consigo dar continuidade aos meus estudos, no mestrado de Educação Física. Até porque não posso cometer exageros e ter uma vida desregrada”, explanou.

Apoio
Rosali Batista é presidente-fundadora da Humanização e Apoio ao Transplantado de Medula Óssea do Rio Grande do Norte (Hatmo-RN), instituição que, segundo o nome, apoia e humaniza o processo da pessoa que precisa do transplante de medula óssea.
Atualmente, a Hatmo atende cerca de 280 pessoas, entre adultos e crianças. De acordo com Rosali, o trabalho foi iniciado devido às poucas informações sobre a doação e pelas dificuldades de se chegar ao transplante. A presidente da instituição ainda acrescentou que as pessoas necessitam de apoio para não morrerem antes de o transplante acontecer.
“Eu era voluntária no hospital e uma pessoa pediu para eu doar, mas não entendia como funcionava o cadastro. Então, eu passei a divulgar. Na época, eu achava que podia ser só na família que podia doar. Vimos também como é difícil chegar ao transplante. É preciso tomar muito suplemento para conseguir chegar a ser transplantado, porque passa por muitas quimioterapias enquanto espera e se não tiver um suporte, a pessoa morre antes. Então, resolvi ajudar”, comentou.

Desistência
Rosali Batista alerta para o fato de as pessoas desistirem da doação após serem identificadas como doadoras. Para Rosali, o ideal é que os doadores só se cadastrem se tiverem a intenção de doarem para qualquer receptor.
“Não desistir de doar. Algumas pessoas querem doar somente para quem conhece, para amigos, aí quando essas pessoas se curam, esse doador acaba desistindo. Nós precisamos de pessoas que se cadastrem para doar para quem precisar, quem seja compatível”, alertou Batista.
Eterno JP
JP morreu aos 30 anos (Foto: Cedida)
JP morreu aos 30 anos (Foto: Cedida)
Justamente pela falta de transplante o portalnoar.com teve uma perda inestimável há exatamente um ano. Lutando contra uma leucemia, o repórter João Paulo de Sousa não resistiu a duas paradas cardíacas sofridas no dia 14 de dezembro de 2014 e faleceu.
Aos 30 anos, JP – como era conhecido – deixou uma esposa e uma filha pequena. Antes de ser contratado pelo portalnoar.com, ele trabalhou como assessor de imprensa, na Delegacia Geral de Polícia (Degepol), e como repórter nos extintos Diário de Natal e DNonline. Além de ser respeitado pelos colegas de profissão e fontes.
“JP se destacava por ser comprometido com o trabalho, começava a trabalhar antes mesmo do início do expediente. Era repórter 24 horas por dia. Ele não reclamava da vida, tinha muita fé em Deus. Aos meus olhos, era uma pessoa que tinha muita luz, sorridente, mesmo com a doença. Eu acreditava muito que ele fosse se recuperar”, contou Ilana Albuquerque, editora executiva do portalnoar.com.
“Na época, os amigos jornalistas fizeram uma campanha para arrecadar dinheiro para comprar um cateter, que ele precisava. No entanto, infelizmente, não deu tempo. O dinheiro acabou sendo usado para custear o velório”, acrescentou.

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